Basta uma criança se machucar para mobilizar todo mundo ao seu redor, não é? Na maioria dos casos, as pessoas se preocupam e querem ajudar da maneira que acreditam ser a melhor para a criança. Após uma rápida análise da gravidade da situação, logo há alguém que “solta” um “levanta, levanta, não foi nada!”.
Quero que você imagine a seguinte situação, você está caminhando pela rua e uma senhora caminha em sua direção, antes de cruzar com você, ela perde o equilíbrio e cai ao chão. Em uma rápida análise parece que está tudo bem com a senhora. Então, o que você falaria a ela? Eu aposto que não seria um “levanta, levanta, não foi nada!”, estou certa?
Por que nos ensinam que não devemos considerar a dor da criança? Por que nos ensinam que a criança ficará manhosa se formos gentis e acolhedores com o que ela sente? Adivinhem? Mais uma oportunidade que poderíamos aproveitar para ensinar a criança a lidar com os sentimentos dela e a respeitarem o próximo, que PERDEMOS!
E vou contar uma coisa para você que talvez lhe surpreenda, existe mais chance de sua criança ficar “manhosa” se você ignorar a dor dela, que se você a acolher. Sim, existem aquelas crianças que "engolirão" o choro e seguirão desconectadas das suas emoções e levarão a lição de que sentir não é certo, que não é permitido. Mas existe uma parcela das crianças que aumentará o choro na tentativa de, quem sabe, ser ouvido.
Então convido você a acolher seu filho quando ele se machucar. Pense em como você agiria com a senhora que caiu a sua frente, pergunte ao seu filho “está tudo bem?”, “você quer um colo, um abraço, um carinho para se sentir melhor?”. Permita que ele chore, não precisa dizer a ele “calma”, “pronto”, “já passou”. Deixe que ele sinta o corpo dele, acolha, esteja presente, disponível, mas interfira apenas o necessário.
Ensine seu filho que é permitido SENTIR, e ajude ele a construir sua saúde emocional!
Um abraço,
Cinara Invitti
Mãe, Psicóloga e Mestre em Psicologia
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